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sábado, 5 de junho de 2010

Poema da solidão



Rente às paredes do corpo
solidificou-se a noite
Não dela, brotou da carne
o clima alucinatório

A noite não cessará!
Roça a casa o rio mudo
que nas sombras se extravia
Na sua líquida noite

arrasta corpos translúcidos
que rolam por sobre flores.
Noturnas margens. Silêncio.
O rio me quererá.

A névoa me limita os os olhos
e dissipa as ventanias.
A lua fantasmagórica

de movediço contorno
floresce nas águas fundas
A lua me acolherá.



Ferreira Gullar venceu o Prémio Camões 2010

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