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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

MÃE É MÃE

Por mais lugar-comum que seja, mãe é mãe. Não pode trocar nem passar despercebida. Mãe é o que há de mais sólido no mundo. E chega de botar a culpa nela! Jocasta não aceita mais nenhum tipo de insinuação. Tudo que somos ‑ ou deixamos de ser ‑ é por causa dessa senhora. Da educação, da falta dela, enfim, não interessa muito o teor do seu desempenho: Freud vai acabar explicando. Se o amor é demais vira superproteção. Acaba com a independência do filho. Se o amor é de menos, lá vem os maiores carentes. Tudo culpa da mãe. Trocando em miúdos, mãe nunca acerta. É uma relação danada. Complicada. Atropelada e mal resolvida. Pobres Jocastas. Noites e noites em claro, zelando por seus pimpolhos e depois... só ingratidão. Sim, filhos de meia tigela, mãe tem que ser aclamada, ovacionada em praça pública pelo simples fato de ter feito ‑ e bem feito ‑ uma pessoa. Agora não devemos levá-las muito a sério: são todas loucas. Eternamente cansadas, profundamente absurdas, gloriosamente irracionais, elas são o máximo em tudo que fazem. Só que erram. Se enganam. Não sabem o que fazer. E ficam mortas de pânico, na solidão desse cargo, por não serem divinas, perfeitas, onipotentes. E assim crescemos nós. Assim crescerão nossos filhotes. A todos os Édipos rogamos compreensão. Não matem suas mães em terapias primais. Sejam mais espertos. Troquem-nas por inglesinhas louras, rapazes bronzeados, um autógrafo do Carequinha...

(Regina Valladares - Editorial revista Criativa)

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